Quando beijei a sua boca, depois de levantar da cama, tinha gosto de café doce.
Não suporto que se adoce o café, mas aquele gosto naquela hora era diferente... era perfeito.
Alguns instantes depois, quando tomei um gole do café adoçado (já frio) que tinha sido esquecido na estante, não consegui encontrar o mesmo sabor. Aquele era sabor de momento. Sabor de mulher. Um sabor absolutamente completo que se traduzia no café e no açúcar.
Nunca tinha sentido aquilo antes. Gosto de não-quero-mais-parar-pra-pensar-em-nada e de quero-viver-o-resto-da-minha-vida-nesse-instante. Sorvi tudo quanto pude daquele beijo, chupei cada gota de saliva e passei a língua nos lábios quando enfim nossas bocas se separaram.
E me dei conta da coisa mais óbvia do mundo:
O amor tem gosto de café doce.