De todo o Sol que deita na terra, escolho o laranja
E da laranja mordo a casta, chupo o suco e engulo o bagaço
Sentindo a vida me adentrar pela boca
Peço a meu pai Oxalá que me guarde são
É dele o branco do leite que tomo de um gole
(Dando-me força em oceano de puras cores)
Seu, o branco da paz alegre que trago detrás dos olhos
E o branco do sêmen que transformo em mundo
Não rejeito o cinza do qual fiz lar
Antes acomodo seu grisalho cansado no orgasmo das folhas verdes
– Epiléticas no mar dum vento azul –
E salpico de rosa tímido, olhares discretos a moças bonitas
Com bronze sobre pedestal suspenso, faço um homem, monumento
E seu ar de herói me faz rir como criança no youtube
¡Quem dera, meu Deus, pudesse
Pintar de roxo o seu nariz!
Trotando com vagar pela poeira dos confetes
Que fazem de todo o dia o mesmo Carnaval
Abraço sem pesar essa cidade arco-íris
No calor dum amor que teima inda em ser vermelho
domingo, 22 de maio de 2011
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Transbordo
semente gratuita, dando-se por instinto
presa em casca dura de matéria firme
lacrada por lei maior
faz favor! não desafio.
mas a vagem – de onde veio – a impele
a fazer-se também vagem
a fazer-se flor em meio à dureza do meio
(firme como a matéria da casca).
e se o lacre se rompe
salve-se quem puder
foi
fui
transbordo.
presa em casca dura de matéria firme
lacrada por lei maior
faz favor! não desafio.
mas a vagem – de onde veio – a impele
a fazer-se também vagem
a fazer-se flor em meio à dureza do meio
(firme como a matéria da casca).
e se o lacre se rompe
salve-se quem puder
foi
fui
transbordo.
transbordo o universo que me faz todo surto
e choro
transbordo o homem que me faz todo peito
e empurro
transbordo a mulher que me faz todo colo
e embalo.
e transbordando, germino
e germinando, rebento
e rebentando, transbordo.
sou copo sem medida
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