Primavera
O homem imóvel
acariciava o cão
O dia findava
(Ao fim do bocejo
peço um outro café
e sigo em frente)
Verão
Calor nas águas
A peixarada agitada
não podia nadar
(Meus pensamentos
se atropelam... Corre, corre
Vomito palavras)
Outono
Sozinha, a cigarra
exibia-se ao mundo
por medo da morte
(Se sou assim vulgar
posso sê-lo, não me julgais
Que procuro tanto...)
Inverno
Pro homem com o cão
de rosto barbado e sujo
só importam as nuvens
(O mundo todo?
Não quero mais. Já não tenho
todo o tempo do mundo)
Devo dizer que gostei muito da poesia. É engraçado como certas palavras tem um efeito estranho em que as lê. Sentia as nuances da mudança de estação correndo pelos meus olhos. Está realmente linda. São poucas palavras que dizem mais do que podem. Abraços.
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