quinta-feira, 26 de julho de 2012

Jumper

e, se mais Mundo houvera, lá chegara.
Camões

As fotos na parede são fios, liames
que preenchem de lá – whenever – o existo aqui
fazem  (eu) areia sobre vidro e rosa dos ventos
(eu) pulando – foto a foto
contra o mesquinho da prisão que só se deforma
no movimento as estrelas se expandem

Não mais prisão, rasgo de estrelas, areia sobre vidro
foram abolidos!

O salto deforma pernas e braços
os confunde com o piso ou as esquadrias que
se confundem com o impossível de pisos ou esquadrias

Jump!

(eu) ginasta sobre a água irredutível do rio
concilio as margens
(eu) ponte, (eu) rio
contra o mesquinho das caravelas que precisam
chegada e partida

Foram abolidas!
interseções, medianeras, o contorno de teus olhos
tudo abolido!

(transpor o absoluto do rio e transpor
na distância das margens
a presença mesma do rio)

Herdei cada grama de pó
e preenchi-lhe os buracos com sou
ver assim é tudo de frente
no piscar de um bocejo: mil dimensões

Fissura de fios, de saltos, de novos flocos do pó
tudo de frente: um bocejo e mil dimensões gastas
quero além do selo sete, das quatro nobres verdades
onde (eu) gozo – não nirvana – renovada roda do carma

Mas as fotos na parede são (eu) tentáculos
que dilato o aqui até cristalizado outro jogo de esquadrias
mesquinho, como jogos de esquadrias
mais alto porque (eu) maior, mas que
na pressão água sobre água    
esmaga o mesmo peso

Tudo abolido!, repeti, erguida
a varinha do menino imperador

Omnizadas pernas e braços
sem contornos
subi, herdeiro de todo pó,
o topo do monte Sinai:

olhos de posso, sorriso de crime
graça infinita das lâminas de tangram:  

Mas faltou o verbo

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