domingo, 22 de maio de 2011

Mural Grafite (à la Warhol)

De todo o Sol que deita na terra, escolho o laranja
E da laranja mordo a casta, chupo o suco e engulo o bagaço
Sentindo a vida me adentrar pela boca
Peço a meu pai Oxalá que me guarde são

É dele o branco do leite que tomo de um gole
(Dando-me força em oceano de puras cores)
Seu, o branco da paz alegre que trago detrás dos olhos
E o branco do sêmen que transformo em mundo

Não rejeito o cinza do qual fiz lar
Antes acomodo seu grisalho cansado no orgasmo das folhas verdes
– Epiléticas no mar dum vento azul –
E salpico de rosa tímido, olhares discretos a moças bonitas

Com bronze sobre pedestal suspenso, faço um homem, monumento
E seu ar de herói me faz rir como criança no youtube
¡Quem dera, meu Deus, pudesse
Pintar de roxo o seu nariz!

Trotando com vagar pela poeira dos confetes
Que fazem de todo o dia o mesmo Carnaval
Abraço sem pesar essa cidade arco-íris
No calor dum amor que teima inda em ser vermelho

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